DIA 6 DE MAIO acontece a MARCHA DA MACONHA do Rio de Janeiro.
Já são 21 anos de luta por uma polÃtica de drogas menos letal, mais humana e libertária.
A reivindicação é que a maconha seja liberada para o povo, com anistia para os penalizados, com uma legalização popular, democrática e reparadora dos sofrimentos causados aos mais pobres pela falácia da Guerra às Drogas, aos que vivem nas periferias, aos que há muito tempo suportam os mais cruéis efeitos do proibicionismo inepto.
A Marcha da Maconha surgiu em Nova York, em 1999, e se propagou a mais de 70 paÃses com manifestações no mês de maio. Há informações que registram ocorrência da Marcha em 250 cidades pelo mundo com o objetivo de debater a legalização do consumo e a regulamentação do comércio da maconha, em contraposição à s campanhas mundiais proibicionistas.
A mobilização em favor da liberação da maconha para consumo e fins medicinais foi encabeçada pelo ativista Dana Beal, no mês de maio. Desde então, o segundo sábado daquele mês foi estabelecido como a data mundial para as manifestações favoráveis ao uso da planta.
No Brasil, as manifestações ocorrem de forma mais sistemática desde 2006. Em 2011 foi declarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que manifestações do tipo são retratos da liberdade de expressão, e não apologia ao crime.
No último 2 de abril aconteceu a Marcha da Maconha de Portugal, que tomou as ruas de Lisboa para lutar pela legalização da maconha por lá. Apesar do paÃs ter sido um dos primeiros a descriminalizar as drogas na década de 2000, segue com polÃticas proibicionistas no que se refere à planta.
Ala das favelas dentro da Marcha
A descriminalização da maconha impactaria positivamente muitas comunidades que sofrem diretamente com a violência resultante do tráfico, especialmente pelas mãos da própria polÃcia. Por esse motivo, já existe dentro da Marcha da Maconha a presença massiva de movimentos sociais e pessoas que lutam por mais justiça e igualdade dentro das favelas, comunidades mais afetadas pela polÃtica proibicionista. É preciso estar junto. PELO FIM DO MASSACRE AOS POBRES!
Ala medicinal dentro da Marcha

Outra bandeira muito importante levantada pelos participantes da Marcha da Maconha é a importância da liberação da cannabis para uso medicinal. Ela tem benefÃcios mais do que comprovados para pessoas com câncer, fibromialgia, Alzheimer, epilepsia, distúrbios alimentares e muito mais.
A luta das Associações de Pacientes como é o caso da Apepi é para que mais pessoas possam aliviar sintomas como dores e enjoos e aumentar a qualidade de vida com a cannabis, que é natural e poderia ser amplamente acessÃvel.
Esse ano a Apepi vai levar para a Marcha um frascão de óleo para enfatizar o uso medicinal da cannabis. Também há a intenção de levar uma planta real de cannabis para a manifestação, que vai flutuar nas ondas do mar do Arpoador em alusão ao verão da lata, de 1987, quando os mares do Brasil receberam milhares de latas de maconha. A ideia é simbolicamente devolver à mãe natureza essa planta que tanto ajudou pessoas por meio dos óleos, completando afinal seu ciclo mÃstico.
Está prevista ainda uma oficina infantil de percussão com o grupo Planta na Mente para os associados.
No dia da Marcha vamos vender artigos da Loja Apepi também!
Uma Guerra evitável
Essa lógica de querer inibir o consumo de substância entorpecente criando uma lei para proibi-la é algo muito ultrapassado e ineficaz. O interesse em consumir não desaparece com uma canetada, e vender ilegalmente torna-se perigoso e lucrativo na mesma medida. Para reprimir o comércio ilegal, a saÃda encontrada pelos governos é combater à mão armada os vendedores, também (e cada vez mais) armados. Não deu certo nos Estados Unidos com a Lei Seca de 1920 — e, para muitos especialistas em segurança pública, também não funciona no Brasil de cem anos depois.
De acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes (Ucam), juntos, Rio de Janeiro e São Paulo gastaram R$ 5,2 bilhões na guerra à s drogas em 2017. O valor empregado pelos dois estados seria suficiente para manter uma renda básica de R$ 600 mensais para quase um milhão de famÃlias mais pobres durante um ano. O R$ 1 bilhão empregado pelo governo fluminense poderia bancar o auxÃlio para 145 mil lares, enquanto os R$ 4,2 bilhões do governo paulista seriam suficientes para apoiar 583 mil beneficiários.
Na saúde, com um quarto desse valor, o Rio de Janeiro poderia cobrir os custos do Hospital Estadual Getúlio Vargas, referência em emergência, já que o orçamento da unidade orbita em torno de R$ 229 milhões. Ao invés de investir bilhões em polÃtica de extermÃnio da população mais vulnerável sob a tutela da Guerra à s Drogas, algo sem nenhum efeito benéfico e prático, seria mais inteligente investir em desenvolvimento cientÃfico e gerar novas oportunidades de movimentar legalmente a economia do Brasil.
A pesquisa “Drogas: quanto custa proibir†foi tema da editoria Igualdades, da Revista PiauÃ, com vários infográficos comparativos. Vale a pena conferir aqui.
Lutar por nosso direito à liberdade, à saúde e à vida é digno

Para o coletivo de ativistas organizadores da Marcha as mensagens chave esse ano são:
- Anistia para a maconha (sem anistia para golpistas);
Maconha para o povo (legalização popular e democrática);
Maconha é constitucional; - Legalização para todos;
- Unificação das Marchas;
Reparação histórica;
Mercado ilegal de armas (tem que morrer gente pra vender mais bala); - Não espere precisar para apoiar;
- Maconha é plural;
Maconha não é só molécula;
Se a gente não marchar o genocÃdio não vai parar.
Siga e acompanhe os preparativos aqui @marchadamaconharjoficial
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