Em vários paÃses da América Latina avança o debate sobre legalização do uso da maconha tanto para fins medicinais como para cosméticos e uso recreativos. As grandes potências de produção e consumo, hoje, são a Europa e os Estados Unidos, em especial o estado da Califórnia e a cidade de Amsterdam.
Um estudo do The Lancet, publicado em outubro de 2021, mostrou que pessoas com problemas de saúde mental aumentaram o uso de cannabis medicinal em 91% desde que o COVID-19 foi declarado uma pandemia em 11 de março de 2020. Já existe uma corrida da indústria farmacêutica para lançarem seus produtos à base de cannabis. A Apepi defende que seja adotado o modelo de Farmácia Viva para o acesso aos remédios derivados da planta.
Esse é o modelo regulatório que mais se aproxima da realidade das Associações de Pacientes que se tratam com o remédio à base de cannabis, seja no que diz respeito ao cultivo, às boas práticas de processamento e armazenamento de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos magistrais de plantas medicinais e fitoterápicos.
Todavia, a dispensação do modelo oficial de Farmácia Viva hoje é através do SUS, enquanto as Associações de Cannabis fazem a sua própria dispensação. É nesse contexto que A APEPI busca um modelo regulatório mais adequado às suas atividades junto à ANVISA.

A cannabis é matéria prima para mais de 5 mil produtos em 21 setores diferentes da economia. Só a fibra de cânhamo (uma variante da cannabis) pode ser usada na indústrias têxtil, alimentÃcia, de combustÃvel e de construção civil. Ou seja, a regulamentação da Cannabis abre espaço para o crescimento de diversos mercados que podem movimentar muito a economia. Para se ter uma ideia, a cannabis já é o quinto maior cultivo dos EUA em valor de mercado, ficando atrás apenas do milho, da soja, do feno e do trigo.
No entanto, por aqui, a situação é um pouco diferente. Em 2006, a atual Lei de Drogas permitiu o plantio da cannabis para fins medicinais. Em 2011, o STF reconheceu a legitimidade da “Marcha da Maconha.†Já em 2014, foi aprovado o uso de canabidiol para tratamento de epilepsia. E em 2021, a Anvisa aprovou mais produtos à base de cannabis para outras patologias. Mas, como o uso recreativo continua proibido, produtos à base de cannabis ainda são encarados como tabu. Segundo projeções feitas em meados de 2021 pela Forbes, o mercado Brasileiro de cannabis poderia movimentar cerca de 26,1 bilhões de reais até 2025 com a regulamentação.Â
Estamos em 2023, inÃcio do Governo Lula após o desastre/retrocesso de Bolsonaro.  Já é hora de pensar seriamente no tema! Estamos fazendo a nossa parte para dar mais esse passo rumo à regulamentação da Cannabis para um modelo Associativo que não seja industrial.
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